Análise das contribuições
dos teóricos Piaget e Vygotsky à formação profissional e à aprendizagem
humana.
Por Zahara Puga Araujo
Existem várias teorias sobre aprendizagem
humana e todas – ou quase todas - devem ser estudadas para chegarmos a uma
conclusão e escolhermos o melhor método de ensino, no caso de seguirmos a
carreira de professor.
Piaget redimensionou o papel do
professor ao defender a importância dos chamados métodos ativo no ensino, que
pretendem proporcionar à criança e ao adolescente a possibilidade de
conhecimento de modo que “a verdade a ser adquirida seja reinventada pelo
aluno, ou pelo menos reconstruída e não simplesmente transmitida”. Ao afirmar o
papel do aprendiz como sujeito construtor de seu próprio conhecimento, Piaget
dizia que é preciso que “o professor deixe de ser apenas um conferencista e que
estimule a pesquisa e o esforço, ao invés de se contentar com a transmissão de
soluções prontas”. Ele afirmava que "o objetivo da educação
intelectual não é saber repetir verdades acabadas, é aprender por si
próprio".
O estilo deste teórico busca um trabalho interdisciplinar
(entre ciências vizinhas), que
possibilite maior conhecimento sobre o objeto de estudo, que no caso
específico, é o conhecimento humano. O
objetivo principal da pesquisa de Piaget é provar que as categorias básicas da mente são construídas e que
as normas morais nascem da cooperação
entre os indivíduos. A ideia central de Piaget é de que o sujeito constrói a sua
inteligência, seus próprios conhecimentos, de maneira ativa.
Diferentemente
de Piaget, Vygotsky valorizava o trabalho coletivo, cooperativo. A colaboração
entre crianças pressupõe um trabalho de parceria conjunta para produzir algo
que não poderiam produzir individualmente. Para ele, o desenvolvimento da inteligência é fruto da interação
entre o indivíduo e o meio social. Assim, o desenvolvimento das funções psicológicas superiores (pensamento,
linguagem, atenção voluntária, ações intencionais, memorização) acontece num primeiro momento num plano social para, em
seguida, serem reelaboradas no plano
individual, isto é a fase de colaboração interpessoal (aprendizagem com o meio) é interiorizada,
transformando-se num processo intrapessoal. Este processo é denominado internalização.
O processo de
internalização do conhecimento é o elemento gerador da autonomia do pensamento, da possibilidade da reflexão, que
vai se fazendo não de forma direta, mas
pela mediação dos símbolos entre o sujeito que conhece e o mundo que éconhecido.
O
desenvolvimento cognitivo para Vygotsky é a transformação das relações sociais
em funções mentais, ou seja, é na interação social que o desenvolvimento cognitivo é construído.
Isto ocorre por meio da atividade mediada indireta por meio de instrumentos e signos. A interação social tem papel fundamental
nesta dinâmica, articulando a construção do pensamento por meio da linguagem.
No processo
ensino-aprendizagem, cabe ao professor, como mediador, interagir com seu aluno,
explorando a sua ZDP (Zona de Desenvolvimento Proximal). O ensino se consolidará quando professor
e aluno compartilharem
significados, isto é, odesenvolvimento esperado do pensamento elaborado.
As
divergências entre esses dois pesquisadores, principalmente na relação entre
linguagem e pensamento, devem-se mais ao foco dos estudos de cada um. O principal
interesse de Piaget era estudar o desenvolvimento das estruturas lógicas,
enquanto o de Vigotsky era entender a relação pensamento/linguagem e suas
implicações no processo de desenvolvimento intelectual.
Ambos os teóricos têm um vasto trabalho
que deve ser estudado por quem pretende ingressar no magistério. Mesmo pais que
não são professores, podem aprender melhor sobre o desenvolvimento e
aprendizado de seus filhos. É possível aprender a ensinar e, com isso,
amadurecer como profissional e como pessoa.
Excelente!!Obrigada!!
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